Entenda por que a promessa de internet gratuita da Starlink em celulares não é bem o que parece — e quais limitações estão sendo omitidas.
Carlos Valente, em Outubro 07, 2025 | 236 visualizações | Tempo de leitura: 4 min - 667 palavras.
A promessa da Starlink, empresa de Elon Musk, de liberar internet grátis para celulares dominou as manchetes do mundo todo. A ideia de conectar qualquer smartphone diretamente aos satélites da SpaceX soa como o futuro chegando ao bolso das pessoas. Mas o que pouca gente te conta é que essa história está cheia de asteriscos, limitações técnicas e barreiras legais — especialmente no Brasil.
O programa chamado Direct to Cell é a nova iniciativa da Starlink para conectar celulares diretamente aos satélites, sem depender de torres ou sinal terrestre. Porém, essa “internet grátis” é, na prática, uma função emergencial limitada.
No momento, o recurso está restrito a mensagens de texto, localização e comunicações de emergência. A navegação completa, uso de aplicativos e streaming ainda não são suportados. Ou seja, nada de “WhatsApp e YouTube gratuitos do espaço” — pelo menos, não por enquanto.
Muitos portais divulgaram que a internet via satélite da Starlink seria gratuita, mas o termo “grátis” aqui se refere apenas a um acesso emergencial e experimental. Em alguns países, o serviço é oferecido de forma promocional em parceria com operadoras locais, como a T-Mobile nos Estados Unidos, mas isso não quer dizer que será assim globalmente.
No Brasil, a Anatel ainda não autorizou o uso do Direct to Cell para celulares. A operação de serviços móveis depende de licenças e outorgas de espectro, algo que a Starlink ainda não possui para esse tipo de serviço. Mesmo que o sinal técnico chegue a algumas regiões, o uso comercial ainda é proibido.
Além disso, testes realizados por veículos de imprensa mostraram que o sinal ainda não é estável e depende de visada direta para o céu — ou seja, não funciona bem em locais fechados, urbanos ou com obstáculos.
A tecnologia de conexão direta via satélite enfrenta desafios enormes. A antena de um celular comum não foi projetada para se comunicar diretamente com satélites em órbita baixa. Isso exige satélites de nova geração, maior densidade de constelação e protocolos de rede específicos para compensar latência e perdas de sinal.
O plano da Starlink é expandir gradualmente: primeiro mensagens, depois chamadas de voz, e finalmente dados móveis completos. O cronograma oficial indica disponibilidade global até 2026, mas com diferentes fases e limitações.
A ideia de ter internet grátis via satélite no celular é fascinante e tem potencial para revolucionar a conectividade global. Mas a verdade é que a tecnologia ainda está em fase inicial, e há um longo caminho até que funcione plenamente — especialmente no Brasil.
Por enquanto, vale acompanhar as atualizações da Starlink com expectativas realistas e sem cair em promessas exageradas. Quando o serviço realmente chegar, ele poderá mudar o jogo — mas até lá, é melhor manter o pé no chão (e o Wi-Fi ligado).
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